quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Entrevista a João Aurélio

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Há cinco temporadas na Madeira a representar o Nacional, João Aurélio (ver artigo) parece ter finalmente assegurado um lugar no onze base dos alvinegros. Depois de em 2009/10 ter feito uma época interessante, o jovem alentejano perdeu espaço no plantel e só na segunda metade da última temporada é que voltou a afirmar-se na equipa titular. Dono e senhor da lateral direita do Nacional no momento, João Aurélio fala em exclusivo ao Rumo ao Estrelato, onde agradece ao seu actual técnico Manuel Machado, não escondendo igualmente o desejo de querer chegar mais longe na sua carreira.



RE – Começou a dar os primeiros pontapés na bola no Despertar e no Desportivo, equipas do distrito de Beja. Sonhava, por esta altura, tornar-se profissional de futebol?

JA - Sim. Desde pequeno que tive o sonho de ser profissional de futebol. A bola era o meu brinquedo preferido e não vivia sem ela e por isso ser jogador de futebol sempre foi o meu objectivo.


RE - Terminaria a sua formação no norte do país, ao serviço do Vitória de Guimarães. Como surgiu o interesse da turma vitoriana?

JA - Foi num torneio inter-associações. Entrei em representação da AF Beja, e num jogo contra a AF Lisboa as coisas correram-me de feição a tal ponto que o observador do Vitória de Guimarães me convidou para fazer um teste no clube. Fui, correu bem e lá fiquei.


RE - A sua estadia na Cidade-Berço durou apenas dois anos. Quais as razões para não ter sido integrado no plantel sénior?

JA - Foi uma questão de momento e de oportunidade. O treinador da altura, Manuel Cajuda, achou que não havia no plantel espaço para mim e, assim sendo, não tive outra opção que não a de seguir a minha carreira noutro lado.


RE - Cumpriu assim o seu primeiro ano no escalão sénior no Penalva do Castelo. Considerou, na altura, estar a dar um passo atrás na carreira?

JA - De maneira nenhuma. Naquela altura o mais importante para mim era jogar para poder evoluir. E como sempre fui um jovem com ambição, sabia que se tivesse oportunidade de mostrar o meu valor, certamente que seria reconhecido e chegaria a mais altos palcos. Como se costuma dizer, às vezes é preciso dar um passo atrás para poder dar dois à frente e foi com essa convição que tomei essa opção.















RE - As boas exibições que rubricou na 2ª Divisão suscitaram a cobiça de vários clubes, entre os quais o Sp. Braga e o Benfica. Como encarou esta situação?

JA - Com enorme felicidade, visto que são dois grandes emblemas. Estar associado a esses clubes é bom para qualquer jogador, especialmente para um que, como eu, estava à procura de dar o salto.


RE - Apesar de ser desejado por estes emblemas, optou por assinar pelo Nacional. A que se deveu esta escolha?

JA - Porque de todas as propostas que recebi foi o projeto que mais me aliciou, quer em termos de carreira pessoal, quer em termos de clube.


RE - Chegou à Madeira como extremo direito mas foi utilizado por Manuel Machado noutras posições. Considera que cresceu enquanto jogador, sobretudo a nível táctico?

JA - Sem dúvida alguma. O mister Manuel Machado foi muito importante na minha evolução enquanto jogador e o facto de ter sido utilizado em diversas posições deu-me outra maturidade competitiva e também uma maior visibilidade.


RE - RE - Acredita que esta polivalência lhe permitiu jogar mais vezes?

JA - Claro que sim. Mas acima de tudo, foi um voto de confiança nas minhas capacidades e que resultou em pleno.


RE - Sente que o salto na sua carreira estará para breve?

JA - Neste momento represento um clube de grande dimensão. De qualquer modo, e como qualquer pessoa neste mundo, quero sempre mais e melhor. Mas não estou obcecado com isso. A seu tempo as coisas irão acontecer.















RE – Foi chamado à seleção sub-21 dadas as suas performances no Nacional. Acredita que pode chegar à selecção A num futuro próximo?

JA - Qualquer jogador português tem o sonho de representar a selecção principal e eu não serei diferente. O facto de ter jogado nas selecções jovens não me dá a garantia de chegar lá, mas trabalho todos os dias para o conseguir.


RE – Descreva-nos o João Aurélio enquanto jogador.

JA - Não gosto muito de falar sobre mim até porque sou suspeito. Deixo isso para as outras pessoas.


RE – Na sua opinião, quais as principais promessas nacionais e internacionais que poderão despontar futuramente?

JA - No futebol português há muitos jovens com talento que estão à espera de uma oportunidade para mostrarem o seu valor e se afirmarem a nível nacional e internacional. Sou suspeito para falar dele, porque é meu irmão, mas um deles é o Luís Aurélio, que joga no Tondela. Mas há outros. O Jota, do Nacional, o Lucas, que está agora no Mirandela...


RE – Uma opinião sobre o Rumo ao Estrelato.

JA - É um blog muito interessante e que começa a desempenhar um papel cada vez mais importante na promoção e divulgação dos jovens talentos do futebol português.


RE – Partilhe um episódio da sua carreira que jamais esquecerá.

JA - Quando jogava nos escolas do Desportivo de Beja, o treinador teve uma ideia engraçada, visto que tenho um irmão gémeo e jogavamos os dois na mesma equipa, e como ele na altura destacava-se um pouco mais do que eu, e estava a ser alvo de marcação individual, o treinador lembrou-se ao intervalo de nos mandar trocar de camisola, passando ele a jogar com o número 8 e eu com o número 10. Resultou em pleno, pois estavamos a ganhar ao intervalo por 2-1, e como eles passaram a marcar-me em cima, deixando o meu irmão mais solto, acabámos por chegar aos 8-1!





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