terça-feira, 5 de outubro de 2010

Kevin Grosskreutz (BV Borussia Dortmund)

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É um facto que a experiência é um factor bastante importante num plantel, mas a sua inexistência não implica necessariamente que a época de uma equipa se torne num fracasso. Um exemplo paradigmático disso é o caso do Borussia Dortmund. A formação alemã tem um dos plantéis mais jovens da Bundesliga – com uma média de idades inferior a 24 anos – mas apesar de tudo tem sido uma das agradáveis surpresas da prova, com seis vitórias em sete encontros. Entre uma panóplia de grandes talentos, destaca-se Kevin Grosskreutz, um jovem que só o ano passado chegou ao principal escalão, mas que já anda na alta-roda do futebol germânico.

Nascido na cidade de Dortmund, Grosskreutz iniciou os seus primeiros contactos com a bola em duas equipas da província: primeiro no Kemminghausen, depois no Merkur 07 Dortmund. Em 2002, mudou-se para a cantera do Borussia, porém a sua passagem seria fugaz, uma vez que um ano mais tarde rumaria ao Rot Weiss Ahlen. Na época 2006/2007, o jovem foi promovido à equipa principal, onde viria a tornar-se numa das estrelas da equipa, sobretudo pelo seu grande contributo que levou o clube a subir à segunda divisão na temporada seguinte.

À terceira época com as cores dos seniores do Rot Weiss Ahlen, Grosskreutz viria a potencializar todas as suas qualidades, o que levou o Borussia Dortmund a readquiri-lo a custo zero em Julho de 2009. O jovem partia assim para uma nova aventura na sua carreira, deixando para trás um clube onde carimbou uma belíssima marca de 95 partidas e 23 golos.



Nome: Kevin Großkreutz
Nascimento: 19/07/1988 (22 anos)
Naturalidade: Dortmund - Alemanha
Altura: 186 cm
Peso: 72 kg
Posição: Extremo Esquerdo
Clube: BV Borussia Dortmund - Alemanha
Nº Camisola: 19


Chegado ao Signal Iduna Park, o jovem alemão começou por ser uma das armas secretas do técnico Jürgen Kloop, entrando em praticamente todas as partidas. Grosskreutz ia convencendo o técnico aos poucos, até que à passagem da 14ª jornada agarrou definitivamente a titularidade. A jogar no terreno do Hoffenheim, o jovem extremo viria a fazer uma boa actuação, não mais largando o onze inicial até final da temporada. Seriam vinte jornadas consecutivas como titular, sempre com altos rendimentos (cinco golos e três assistências), ajudando o Dortmund a conquistar um dos lugares de acesso à Liga Europa.

Apesar de contar com poucas presenças nas selecções jovens da Alemanha, Grosskreutz foi um dos pré-convocados de Joachim Löw para o Mundial, tendo feito a sua estreia pela selecção A num jogo de preparação, frente à Malta. Mesmo não tendo feito parte da lista definitiva que seguiu para a África do Sul, este foi o mote para um futuro que se espera risonho para o jovem.

Avançado centro de origem, Grosskreutz, apesar de destro, tem vindo a impor-se como extremo esquerdo. O seu movimento característico é as diagonais para o miolo do terreno, onde costuma tirar proveito da sua boa capacidade de rematar cruzado. Apesar de ser um jogador relativamente alto, é ágil e rápido o que o torna numa grande ameaça nos contra-ataques. Forte na recepção em progressão, Grosskreutz tem também uma boa técnica e, dando-lhe espaço, pode criar enormes calafrios às defesas contrárias.

Já com a aficionada massa associativa do Borussia rendida ao seu talento, Grosskreutz tem sido um dos grandes obreiros do bom campeonato que o clube está a realizar. Em sete jogos, o jovem extremo leva já um registo de três golos e duas assistências, formando um terrível trio de ataque com Shinji Kagawa e Lucas Barrios. Recentemente, voltou a ser chamado pelo seleccionador alemão para defender as cores da Mannschaft nos próximos jogos de apuramento para o Euro 2012.

Vídeo:

Conhecida como uma das maiores escolas do mundo, a Alemanha continua a formar grandes pérolas que vão rejuvenescendo o futebol germânico sem nunca lhe retirar qualidade. Para além do talento já nascer com a maioria destes atletas, é preciso que os clubes confiem e apostem neles, e nisto os alemães são bons. Esta, que é uma política que costuma dar resultados nas competições de selecções, é vista por muitos clubes (sobretudo os portugueses) como de risco elevado e, embora não tenha consequências no rendimento das equipas, traz problemas naturais ao futuro das selecções.
Pedro Nogueira

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