quarta-feira, 17 de março de 2010

Daniel Opare (Real Madrid FC)

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Nas últimas décadas, o futebol africano tem tido um acréscimo significativo e, cada vez mais, vamo-nos deparando com o surgimento de excelentes atletas provindos deste nobre continente, que atravessa uma das suas mais auspiciosas fases no desporto rei devido a jogadores como Didier Drogba, Samuel Eto’o ou Michael Essien. Com este crescimento, as selecções africanas começaram a bater o pé às grandes potências mundiais e, essencialmente nas categorias jovens, têm vindo a terminar os Campeonatos do Mundo nos lugares cimeiros, habitualmente ocupados pelas selecções europeias e sul-americanas.

Quarto classificado no Campeonato do Mundo de sub-17 em 2007 e actual campeão mundial de sub-20, o Gana é, hoje em dia, uma das maiores potências africanas e um dos países predilectos para a captação de jovens promessas, como foi o caso de Daniel Opare. Considerado como uma das maiores promessas do Real Madrid, o jovem lateral-direito foi uma das muitas esperanças da nação ganesa que conseguiu atingir o estrelato após o grande sucesso conseguido nas selecções jovens e, não tarda, veremos a sua qualidade posta à prova sob os olhares de todo o mundo.

Com apenas 11 anos, Opare iniciou a sua carreira no Volta Academy, que pouco depois o viu partir para uma das academias satélites do Ajax, localizada a sul do Gana, em Oubasi. Foi então que, em 2004, o jovem ganês rumou para o Ashanti Gold Sporting Club, clube da primeira divisão do seu país, onde permaneceu até 2007.



Nome: Daniel Tawiah Opare
Nascimento: 18/10/1990 (19 anos)
Naturalidade: Accra – Gana
Altura: 173 cm
Peso: 63 kg
Posição: Defesa-Direito
Clube: Real Madrid FC (B) - Espanha
Nº Camisola: 14

Nesse mesmo ano, aquando da realização do mundial de sub-17 na Coreia, o Gana terminaria a prova no 4º posto, ao ser derrotado pela Alemanha (1-2) no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, e a prestação de Opare faria as delícias da imprensa internacional, que o referenciavam como um dos principais alvos de vários clubes europeus: Real Madrid, Liverpool, AC Milan, Arsenal e Schalke 04.

Com o passar do tempo, apenas o interesse dos dois primeiros se revelou sério, e após uma primeira fase em que tudo indicava que seriam os ingleses a ganhar a corrida – Opare chegou mesmo a anunciar publicamente a sua preferência pelo futebol inglês –, acabou por ser o Real Madrid a assegurar o jovem prodígio por quatro temporadas, num anúncio feito em Janeiro, mas que apenas foi consumado no Verão. A sua ascensão foi tal, que meses após o final do Mundial, onde arrecadou o galardão de melhor defesa da competição, Daniel Opare foi considerado um dos 50 jovens futebolistas mais promissores pela conceituada revista britânica World Soccer Magazine.

Nos merengues, Opare estava tapado por Sérgio Ramos e foi integrado no Real Madrid Castilla, equipa B dos madrilenos, onde pouco haveria de jogar. Apesar da pouca utilização, o futebolista de 19 anos viria a constar nos planos do seleccionador principal, Claude LeRoy, para figurar na Taça das Nações Africanas de 2008, no entanto, o jogador viria a ser dispensado devido a lesão.

No ano transacto, mesmo não jogando com grande regularidade no emblema madrileno, o jovem prodígio deixaria a Europa rendida ao seu talento, com as excelentes exibições no Mundial de sub-20, no Egipto. Para além disso, a consagração da selecção ganesa como campeã do mundo seria a cereja no topo do bolo, sendo que, desde logo, começaram a chover novas propostas de todos os recantos europeus.

Portsmouth, Everton e West Ham eram, nomeadamente, os principais interessados no jovem defesa, que o pretendiam resgatar a título de empréstimo. O Real, contudo, acabaria por não o ceder e no início da presente temporada o jovem jogador começou a treinar sob as ordens de Manuel Pellegrini. Porém, não seria desta que o jovem conseguiria assegurar um lugar no plantel principal madrileno, uma vez que a contratação do internacional espanhol Álvaro Arbeloa viria a relegá-lo novamente da equipa.

Vídeo:

Opare é um futebolista que faz lembrar o mítico brasileiro Cafu, pelas suas cavalgadas imparáveis pelo flanco fora, sem medo de partir para cima dos adversários e que, normalmente, só param na linha de fundo com cruzamentos milimétricos para a área. Sendo a velocidade e a técnica dois dos muitos trunfos que o jovem ganês detém, é de esperar que os merengues comecem a ter em consideração o seu talento, sob pena de esta promessa ficar esquecida e nunca mais se afirmar.

Gonçalo Nuno Oliveira

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